A redação oficial tem sido a causa de muita preocupação para muitos concurseiros, pois sua cobrança em provas de concurso é muito grande.
É possível compreender toda essa preocupação uma vez que escrever uma redação oficial exige o conhecimento de normas e técnicas estabelecidas para essa escrita.
Se você faz parte desse grupo de concurseiros então continue lendo esse artigo. Você encontrará aqui os seis principais pilares para a produção da redação oficial que irão diminuir, ou até mesmo, acabar com a sua angústia.
O que é uma redação oficial?
Redação oficial é uma forma específica de escrever que deve seguir algumas normas e técnicas estabelecidas.
É comumente utilizada em momentos formais que necessitam ser documentados ou quando envolvem os três poderes constituído pelo Estado: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Neste caso, a redação oficial, é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
Principais Características (os 6 principais pilares)
Assim como qualquer correspondência, essa forma de escrita deve apresentar algumas características básicas:
- Formalidade;
- Padronização;
- Concisão;
- Clareza;
- Impessoalidade;
- Uso do padrão culto da língua;
Formalidade
A redação oficial deve ser sempre formal e é importante se preocupar em obedecer certas regras de forma. Além de usar a norma culta da língua portuguesa e ser impessoal, é obrigatório certa formalidade de tratamento. Por esse motivo é essencial que você estude também o uso correto dos pronomes de tratamento.
Padronização
Ligada a formalidade de tratamento está a necessidade de padronização, ou seja, a uniformidade das comunicações. Ao redigir uma comunicação oficial deve-se seguir um mesmo padrão atento para todas as características da redação oficial e sempre tomando cuidado com a apresentação dos textos.
Concisão
O texto conciso é aquele que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para isso, é importante que se tenha conhecimento sobre o assunto, assim como também, tempo para revisar o texto depois de pronto.
Mas atenção! Redigir um texto conciso não quer dizer que você deve eliminar partes importantes do texto com o objetivo de reduzi-lo. O que se deve fazer é cortar partes inúteis, redundâncias, ambiguidades, passagens que nada acrescentam ao texto.
Clareza
Um texto claro é aquele que transmite seu conteúdo de forma que seu leitor possa compreender a mensagem facilmente. Sendo assim, a clareza deve ser uma qualidade básica de todo texto oficial.
Para que haja a clareza é necessário que o texto apresente as outras características aqui citadas.
Impessoalidade
Ao produzir um texto oficial, torna-se necessário deixa-lo impessoal, ou seja, deve-se eliminar qualquer impressão pessoal. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar o texto contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
Para deixar um texto impessoal, podem ser usados três recursos:
- Na voz ativa com sujeito indeterminado na terceira pessoa do plural, sem núcleo que mostre o(s) agente(s) ou com verbo na terceira pessoa do singular, com a partícula de indeterminação do sujeito(SE);
- Na voz passiva analítica, com o verbo ser seguido de particípio;
- Na voz passiva sintética, com verbo no singular ou no plural, concordando com o sujeito paciente, agregado a uma partícula apassivadora (SE)
No livro “Redação para Concursos, Enem e Vestibulares” de Nelson Maia Schocair, encontramos o seguinte exemplo para ilustrar um pouco o que você acabou de ler.
Imagine um contexto em que você presenciou um atropelamento. É provável que, para se mostrar atento, assim o tenha narrado: “O motorista perdeu o controle do carro. O veículo atropelou o pedestre e fugiu sem que prestasse ajuda. O médico socorreu a vítima minutos depois.”
Existe erro nesse texto narrativo? Sim! Há três redundâncias flagrantes que empobrecem sobremaneira sua argumentação:
- 1ª. Quem controla um carro? Motorista;
- 2ª. O que, normalmente, atropela uma pessoa? Veículo;
- 3ª. Médicos juram fazer o quê? Socorrer.
Pergunta-se: é preciso citar os agentes? Não! Por que não deixar a frase impessoal?
Reescritas possíveis:
- Com sujeito indeterminado – o verbo flexiona na terceira pessoa do plural (sem núcleo) ou na terceira pessoa do singular + SE (partícula de indeterminação do sujeito):
Exemplo: “Perderam o controle do veículo. Atropelaram um pedestre e fugiram sem prestarem ajuda. Socorreram a vítima minutos depois.” - Na voz passiva analítica – a estrutura verbal é formada pela locução de ser + particípio:
Exemplo: “O controle do veículo foi perdido. Um pedestre foi atropelado e fugiu-se sem que ajuda fosse prestado. A vítima foi socorrida minutos depois.” - Na voz passiva sintética – a estrutura sintática é feita com a composição entre SE (pronome apassivador) + verbo transitivo direto.
Exemplo: “Perdeu-se o controle do veículo. Atropelou-se um pedestre e fugiu-se sem que se prestasse ajuda. Socorreu-se a vítima minutos depois.”
Em outros processos, ou estilos frasais, pode-se impessoalizar o texto com o verbo no modo imperativo ou em sua forma impessoal infinitiva.
Veja o exemplo a seguir:
“O escrivão digitará os processos e o tabelião registrará as escrituras que serviram de prova aos autos.”
Reescritas possíveis:
- Com o verbo no imperativo.
Exemplo: “Digitem os processos e registrem as escrituras que serviram de prova aos autos.” - Com verbo no imperativo + passiva analítica.
Exemplo: “Sejam digitados os processos e registradas as escrituras que serviram de provas aos autos.” - Com verbo no infinitivo.
Exemplo: “Digitar os processos e registrar as escrituras que serviram de provas aos autos.”
Uso do padrão culto
Por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, a redação oficial requer o uso do padrão culto da língua. Padrão culto é aquele que segue as regras da gramática formal e que emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.
É importante ressaltar que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. Fazer uso do padrão culto não significa empregar uma linguagem rebuscada ou até mesmo uma linguagem de difícil compreensão. A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial, deve acima de tudo, permitir e garantir que a mensagem do texto seja compreendida por todos cidadãos.
Linguagem da redação oficial
Vale lembrar que o objetivo de um texto oficial é informar com clareza e objetividade. Por esse motivo é necessário empregar um determinado nível de linguagem pelo seu próprio caráter público e pela sua finalidade.
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, evitando-se o uso indiscriminado.
Não existe um “padrão oficial de linguagem” obrigatório para escrever um texto oficial, o que é obrigatório é o uso do padrão culto, como já falamos. É importante saber que existe sim uma preferência pelo uso de determinadas expressões ou ainda uma certa obediência por uma tradição no emprego de algumas formas sintáticas, mas isso não implica que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática que dificulte a compreensão.
Para finalizar, gostaria de ressaltar que para escrever um texto oficial é importante estudar outros pontos importantes como normas de apresentação, vocativos e fechamentos, pronomes de tratamento, tipos de textos oficiais observando suas funções e seus modelos, é claro. Fica a dica para um aprofundamento sobre este assunto.
Agora eu gostaria de saber se este texto contribuiu para seus estudos. Então deixe seu comentário.
Abraços e até a próxima.